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terça-feira, 22 de maio de 2012

A cultura consumista da Oscar Freire

Trabalhar na rua mais luxuosa de São Paulo não é fácil.Passar todos os dias em frente àquelas vitrines, admirar aquelas roupas, sapatos e produtos de beleza das marcas mais famosas...É realmente difícil. O mais curioso de frequentar a Rua Oscar Freire é notar o que está em sua volta, tentar ao menos. Ela não é apenas uma rua, é uma passarela, as pessoas se comportam assim. A impressão é que elas não estão andando, e sim desfilando.
É engraçado pensar que uma rua pode mudar tanto o jeito de andar, dirigir, de falar daquelas que a frequentam. É como se fosse outra atmosfera, outra realidade. Quando estou indo para o meu trabalho - quase sempre com muita pressa - as pessoas andam com tanta calma, conversando, dando risada...Eles não estão no lugar errado, eu que estou.
Lá é um lugar pra isso, tudo é voltado para a o consumismo e não para quem vai para trabalhar. As ruas não tem buracos e as calçadas são milimetricamente lisas e uniforme, as vitrines chamam atenção não pelo "70% off" mas pelo conceito da marca. São roupas e acessórios simples, mas sofisticados, como podemos ver nas fotos:


O que também chama atenção é a estratégia de compra que as lojas têm. Como já disse, eles não vendem roupas e sim um conceito, um status, tanto que não é preciso evidenciar a marca para o cliente, apenas as roupas, isso é, os nomes das lojas não são tão iluminadas quanto as vitrines e isso ficar mais perceptível à noite:


Particularmente, tudo o que se vende lá é de muito bom gosto, e você paga por isso. Seja a rua bem iluminada, a segurança em cada loja, serviços de táxi a cada esquina, cafés ao longo do trajeto...Tudo para tornar sua tarde e noite de compras uma ótima opção. 


Podemos ver muita discrepância entre a Oscar Freire e as ruas em que já passamos, nas quais suas calçadas eram terrivelmente precárias e a segurança no local era impensável, como no Brás e no Largo Treze. É passando por esses lugares que você vê que a moda não é apenas uma questão cultural, mas principalmente do consumismo, do seu poder de compra. 
Ainda assim, como diria Caetano Veloso, cada um sabe a dor e a delícia de ser...um brasileiro. E mesmo saindo do Brás, passando pelo Largo Treze, subindo e descendo a rua Augusta e desfilando na Oscar Freire, uma coisa não muda...


O orgulho de ser o que é!

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